segunda-feira, 22 de outubro de 2012
XILOGRAVURA
Xilogravuras feitas por Andrew Passaretti, Diana Pires, Júlia Altoé, Taynara Amaral e Thaissa Tobias, sobre o poema Via Láctea de Olavo Bilac:
domingo, 21 de outubro de 2012
SIMBOLISMO
SIMBOLISMO
No final do século
XIX o mundo passava por uma grande mudança econômica e politica, havia uma
grande desordem social e, o Simbolismo surgiu em meio à divisão entre as
classes burguesa e proletária. O pioneiro do Simbolismo é o francês Charles
Baudelaire, com a publicação de “As Flores do Mal”, em 1857.
Os
simbolistas adotavam uma visão pessoal e individualista da realidade, sem se
limitar muito aos princípios estéticos então vigentes. Isto lhes valeu o pejorativo
apelido de “decadentistas”. Em 1886 com a publicação de um importante manifesto
– ‘O Século XX’, do teórico deste movimento, Jean Moréas – deu ao movimento seu
nome definitivo – simbolismo.
O Simbolismo é a
estética literária do final do século XIX, em contraposição ao Realismo e o
Naturalismo e exatamente por vim nesse período não é considerado uma escola
literária, pois nesse momento havia três manifestações literárias em confronto:
o Realismo, Simbolismo e o Pré-Modernismo.
As principais
características do Simbolismo são:
·
Misticismo e
espiritualismo: A fuga da
realidade leva o poeta simbolista a uma viagem ao mundo invisível e impalpável,
o uso de vocabulário litúrgico (antífona, missal,
ladainha, hinos, breviários).
·
Falta de clareza: os poetas achavam que era mais importante sugerir elementos
da realidade, sem delineá-los totalmente.
·
Subjetivismo: a valorização do “eu” e
da “irrealidade”, negada pelos parnasianos, volta a ter importância.
·
Musicalidade: para valorizar os aspectos sonoros das palavras, os poetas
não se contentam apenas com a rima.
·
Sinestesia: os poetas, tentando ir
além dos significados usuais das palavras, terminam atribuindo qualidade às
sensações. As construções parecem absurdas e só ganham sentido dentro de um
contexto poético. Vejamos algumas construções sinestésicas: som vermelho, dor
amarela, doçura quente, silêncio côncavo.
·
Cor branca: principalmente Cruz e Sousa tinha preferência por brancuras e
transparências.
·
Os principais artistas simbolistas foram: Charles
Baudelaire, Arthur Rimbaud, Stéphane Mallarmé, Paul Verlaine, Cruz e Souza,
Alphonsus de Guimaraens e Eugênio de Castro.
Simbolismo no
Brasil
O Simbolismo chegou ao Brasil em 1893,
com a publicação das obras Missal (prosa) e Broquéis (poesia), ambas de autoria de
Cruz e Sousa, que é considerado o maior autor simbolista. Além de Cruz e Sousa,
destacam-se Alphonsus de Guimaraens e Pedro Kilkerr. Como pelo resto do mundo,
o Brasil também passava por algumas mudanças sociais quando o Simbolismo surgiu,
além de guerras civis o pais enfrentava a Revolução Federalista e a Revolta da
Armada. Findou com a chegada do movimento modernista.
João da Cruz e Sousa
Nascido em 1861, o
poeta de alma palpitante e que tinha coragem para dizer ás pessoas que é
preciso não somente ter coragem e garra, mas também asas.
Descendente de
negros, Cruz e Sousa lutava e escrevia sobre as lutas de sua época,
principalmente a escravidão.
Mestre do Simbolismo
no Brasil e celebrado só depois de morto, o Poeta de Desterro foi um homem
apaixonado, autor de versos que ganharam o mundo.
O pensamento deste
trabalhador que ganhava pouco se baseava em conceitos de filosofia da arte,
estética e poesia. Abrangendo também a meditação sobre si mesmo até como
uma inspiração para suas obras.
Morreu tuberculoso em
Minas Gerais, em 19 de março de 1898, e foi enterrado no Rio de Janeiro para
onde se mudou definitivamente em 1890.
Escreveu diversos
poemas, cerca de 100 ou mais, e o que o grupo mais gostou para complementar
sobre esse poeta é o “Feliz”.
Feliz
Ser de beleza, de
melancolia,
Espírito de graça e de quebranto,
Deus te bendiga o doloroso pranto,
Enxugue as tuas lágrimas um dia.
Espírito de graça e de quebranto,
Deus te bendiga o doloroso pranto,
Enxugue as tuas lágrimas um dia.
Se a tu'alma é d'estrela e
d'harmonia,
Se o que vem dela tem divino encanto,
Deus a proteja no sagrado manto,
No céu, que é o vale azul da Nostalgia.
Se o que vem dela tem divino encanto,
Deus a proteja no sagrado manto,
No céu, que é o vale azul da Nostalgia.
Deus a proteja na
felicidade
Do sonho, do mistério, da saudade,
De cânticos, de aroma e luz ardente.
Do sonho, do mistério, da saudade,
De cânticos, de aroma e luz ardente.
E sê feliz e sê feliz
subindo,
Subindo, a Perfeição na alma sentindo
Florir e alvorecer libertamente!
Subindo, a Perfeição na alma sentindo
Florir e alvorecer libertamente!
Feliz! – Cruz e
Sousa
Em seu poema Cruz e Sousa abordam
características típicas do Simbolismo e que podem ser claramente identificadas
nos versos de seus poemas. Algumas das principais características nós buscamos
destacar de maneira bem objetiva.
·
Quanto a forma estética do poema - Emprego
de letras maiúsculas no verso: Esta característica pode ser percebida nos
versos do poema de maneira bem clara, e é uma das características vistas no
Simbolismo. Os poetas tentam destacar palavras grafando-as com letra
maiúscula.
·
Falta de clareza: Os poetas achavam que era mais importante
sugerir elementos da realidade, sem delineá-los totalmente. A palavra é
empregada para ter valor sonoro, não importando muito o significado.
Conseguimos identificar esta característica quando passamos a analisar os
versos, e esta característica é típica do Simbolismo também para manter uma
bela estética do poema.
·
Subjetivismo – O Subjetivismo visto no
Romantismo e negado no Parnasianismo, com o Simbolismo, volta a ter muita importância.
Passa ser valorizado o “eu” e o mundo “irreal” e vemos isto com o poema Feliz,
onde o autor destaca um mundo irreal e que visa somente a ele mesmo.
·
Misticismo, religiosidade: Percebemos claramente a
presença desta característica, a partir da observação dos versos. Vimos que nos
versos há predominância de religiosidade, por várias vezes há pedidos a Deus,
pedidos de intercessão, agradecimentos, de proteção, etc.
·
Retomada de elementos da tradição romântica: Há uma
leve semelhança, na estética do poema, com o Romantismo, onde contém
características que lembram o Romantismo, mas que são típicos do Simbolismo.
Estas são algumas das
várias características que podem ser destacadas no poema.
Analisando um pouco este
poema de Cruz e Sousa, conseguimos identificar, além das características do
Simbolismo, características que são próprias do autor, e que são um marco de
suas obras. Seus poemas são marcados pela musicalidade, pelo subjetivismo e às
vezes pelo apaziguamento.
No poema percebemos que a permanentemente
um pedido de proteção à vida, talvez por simples inspiração aos escrever a
obra, ou talvez, por contexto histórico, uma forma de oração para que Deus os
protejam de coisas presentes no dia a dia daquela época. Ele pede para que Deus
proteja nos momentos de felicidade para que nem o mistério, nem a saudade, nem
sonhos o tirem a felicidade e a liberdade que ele está a gozar. Pois penso eu,
que conquistar a felicidade seja tão difícil, mas perde-la é de longe tão
fácil, como um piscar de olhos, ao percebermos a felicidade se vai. E é então
por isso que ele pede proteção a Deus, e de tudo ele não está errado, ao
declarar isto em sua obra.
Grupo: Bianca Aparecida, Juliany Santos, Karina Nascimento, Letícia Velasco e Mariana Souza.
Fonte: www.portalsaofrancisco.com.br, www.suapesquisa.com.br.
PARNASIANISMO
PARNASIANISMO
O Parnasianismo foi
um movimento literário e contemporâneo surgido na França, em
meados séc. XIX, apenas ocorrendo na poesia. Como pioneiros nesse
movimento, são considerados os fundadores Théophile Gautier e Leconte de
Lisle. Deu-se esse nome ao movimento graças a uma coletânea publicada
pelo artista Lemerre (Parnase Contemporain), que reuniu grandiosos e
novos poetas. Além disso, seu nome representa uma montanha grega,
o Monte Parnaso, na qual os poetas buscavam inspiração.
Para o surgimento
desse acontecimento, foi necessário declinar o excesso de romantismo e de
sentimentalismo confidencial, contribuindo então
para originar essas mesmas temáticas em um conteúdo de âmbito
geral. O parnasianismo combatia a subjetividade típica do
romantismo, que dispensava qualquer reação de tristeza sentimental.
Esse movimento deu
início ao lema ‘’arte pela arte’’, que enfatizava a extrema perfeição,
colocando-a mesma socialmente. A poesia se tornou importante onde os
próprios poetas consideravam esse estilo o mais magnífico de todos os tempos. O
parnasianismo evidenciava a estética, dando importância à beleza.
O movimento findou
no início do séc. XX, quando um novo movimento na qual chamado Simbolismo
surgiu.
Parnasianismo no
Brasil
O Parnasianismo no
Brasil foi iniciado e marcado por vários acontecimentos históricos, nos quais:
·
Deu-se início na década de 1880;
·
Fim do regime imperial e escravocrata;
·
A Proclamação da
República;
·
Desenvolvimento e a estabilidade financeira;
·
Progresso;
·
Divulgação do movimento através dos jornais da época;
·
Conflito entre o romantismo e o parnasianismo;
No contexto histórico do movimento, partiu-se
inicialmente por principais artistas que apoiaram e divulgaram o movimento,
foram eles: Sílvio Romero e Tobias Barreto, e que os mesmos influenciaram
artistas brasileiros a produzirem obras parnasianas. A obra que marcou a entrada
do parnasianismo foi Fanfarras, de Teófilo Dias.
Como artistas e obras principais do movimento
brasileiro a participarem, podemos citar:
- Alberto de Oliveira. Obras principais: Meridionais
(1884), Versos e Rimas (1895), Poesias (1900), Céu, Terra e Mar (1914), O Culto
da Forma na Poesia Brasileira (1916);
- Raimundo Correia. Obras principais: Primeiros
Sonhos (1879), Sinfonias (1883), Versos e Versões (1887), Aleluias (1891), Poesias
(1898);
- Olavo Bilac. Obras principais: Poesias (1888),
Crônicas e novelas (1894), Crítica e fantasia (1904), Conferências literárias
(1906), Dicionário de rimas (1913);
Características do Parnasianismo
As características principais do Parnasianismo foram:
- A arte pela arte: apenas a estética e a busca pela perfeição importava nas obras parnasianas;
- Linguagem culta e rebuscada;
- Movimento anti-romantismo;
- Objetividade e racionalidade;
- Culto da forma - representada pelos sonetos, versos alexandrinos (12 sílabas poéticas com rimas ricas e perfeitas);
- Descrição a natureza;
- Poesia filosófica e clássica;
- A razão, o universalismo e o antropocentrismo;
- Como uso da temática em seus poemas a antiguidade clássica, retratando heróis, personagens históricos, etc...
- Negação ao sentimentalismo;
O acontecimento no Brasil findou por volta de 1890,
quando ocorreu seu declínio para a chegada de novos movimentos de a arte
literária, o Simbolismo e o Modernismo.
OLAVO BILAC
Olavo
Braz Martins dos Guimarães Bilac nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 16 de
dezembro de 1865, estreando na literatura em 1879, com o volume de poesias
Primeiros sonhos, com experiência
ainda romântica. Bilac foi o mais popular entre os parnasianos
participando, também muito da política no final deste mesmo século. Sua participação
na política do Brasil e em campanhas civis foram as mais famosas, e que em
favor do serviço militar obrigatório e na linha patriótica, compôs a letra
do Hino à Bandeira.
Republicano
e nacionalista, suas principais obras foram: Poesias (1888), Crônicas e
novelas (1894), Crítica e fantasia (1904), Conferências Literárias (1906),
Dicionário e Rimas (1913), Tratado de Versificação (1910), Ironia e
Piedade, Crônicas (1916), Tarde (1919). Publicou a primeira obra em
1888, na qual se chamou Poesias, tornando-se o mais popular entre os
parnasianos brasileiros. Na obra, encontram-se
sonetos de “Via-Láctea” e a antológica “Profissão de Fé”, onde reuniu seu credo
estético, que se separa do culto do estilo, pela pureza da forma e da linguagem,
tendo a simplicidade como resultado do trabalho. Seus poemas que tiveram mais destaque
foram: Ouvir Estrelas, Profissão de Fé, Língua Portuguesa e Velhas
Árvores.
Quando jovem, matriculou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, mas foi
expulso no quarto ano, acusado de necrofilia (ato de sexo com cadáveres). Aos 22 anos, Bilac
quis abandonar
sua tradição familiar que o levaria ao exercício da medicina e optou definitivamente por uma carreira intelectual,
cursando Direito em S. Paulo, que logo após não obteve bons
resultados e acabou por desistir, pois não havia passado no
primeiro ano. Residenciando no RJ começou a se dedicar ao jornalismo e a
literatura. Mesmo interagindo muito na política, Bilac nunca deixara a poesia,
por isso, foi eleito o "Príncipe dos Poetas". Fora da poesia
parnasiana, Bilac se mostrou diferente, descrevendo e ironizando em um de seus
poemas o ditador Floriano Peixoto, com quem teve uma provável briga
na política, e por quem foi perseguido.
Bilac faleceu no dia 28 de dezembro de 1918, no RJ, e sua morte foi destaque em
todos os jornais.
Remorso - Olavo Bilac
Olavo Bilac, em suas obras, busca expressar seu mundo
interior, traçando características únicas de sua personalidade. Englobado
também por características de sua época (Parnasianismo), em suas obras são
encontrados muitos aspectos característicos do Parnasianismo.
Em seu poema Remorso, Olavo Bilac envolve algumas
características destacadas a seguir:
·
· Habilidade
na criação dos versos: Esta característica se mostra quando, ao analisarmos o
poema, percebemos o cuidado ao cria-lo, em que cada frase, oração do poema
mostra a delicadeza e a calma em criar o poema, destacando assim a habilidade
na criação dos versos. Ainda mais, Olavo Bilac que, abandonou duas faculdades
para se dedicar a arte, isso é também, uma prova de que ele tem uma enorme habilidade
ao criar suas obras.
·
·
Preferência pelo soneto: Em sua obra é claramente
percebido que Olavo Bilac tinha esta preferência ao criar suas obras. O poema
Remorso é um bom exemplo disto, por ser um poema rico em belos versos, e contém
explicitamente a preferência de estruturas fixas encontradas em sonetos.
·
· Objetividade:
Encontramos a presença da objetividade no poema, ao observarmos as palavras que
dão uma ênfase a mais no texto, característica do objetivismo. Percebemos a
presença da objetividade quando percebemos a dor, empregada no poema, que é
causada pelo sentimento que não foi exposto e que ele guardou pra si, ou seja,
foi um arrependimento que ele teve, por não ter falo o que sentia na juventude,
um "silêncio", que o privou de aproveitar sua juventude. Os temas
baseados na realidade deixam de fora qualquer tipo de subjetivismo e também
evita usar palavras da mesma classe gramatical deixando assim o conteúdo da
poesia muito mais rica.
·
· Rimas
ricas: Em seus versos, percebemos a presença de rimas ricas, ele se mantém
atento para a forma e o cuidado com as palavras, englobando a perfeição dos
versos com as diversas características do Parnasianismo.
·
· Encadeamento
sintático: Olavo Bilac faz uso, também, do encadeamento sintático, quando não
termina uma ideia em um verso, devido ao número de sílabas, e continua no verso
posterior. Isso é uma característica bem marcante do Parnasianismo e que
evidencia ainda mais a busca pela forma perfeita, pela estrutura ímpar de sua
obra e isto é bem presente nas obras de Olavo Bilac.
Estas são algumas das características presentes no
poema, há muitas outras, mas estas são as mais claras no poema e as mais
importantes características do Parnasianismo.
Análise:
O poema
Remorso de Olavo Bilac de forma eloquente relata seu arrependimento em não
viver intensamente sua juventude. Ele expressa seu sentimento de dor que foi
causada por sua restrição em aproveitar seus amores, fazendo uma autoanálise de
suas atitudes, ou a falta de atitudes, que acarretaram em mágoas marcadas por
muito tempo em seu profundo, cravadas em sua lembrança, não tão agradável de
relembrar. Em sua época, Parnasiana, Olavo em seu poema Remorso, abrange uma
"moral" da história, através de seu poema, o autor mostra em suas
rimas ricas que o remorso é um sentimento de arrependimento que vem depois, com
o tempo, martirizando suas lembranças, alavancando uma dor eterna sobre sua
vida, por não ter aproveitado oportunidades que se foram e não voltam mais. São
como o vento, umas vezes perdidas ou uma vez aproveitadas! Cabe a você decidir
se é melhor aproveitar ou deixar escapar oportunidades unicamente trazidas em
suas mãos.
O tema do poema já descreve todo o sentido,
mas é claro que, depois de lido, o poema causa um impacto bem mais profundo e
que nos faz refletir sobre a vida e os quantos nos deixaram levar pelo medo,
pela insegurança, pela timidez e assim, deixamos escapar oportunidades que não
voltam mais, gerando um arrependimento que ocasiona o remorso.
Refletindo
agora em cima do tema do poema, percebemos que o Remorso, diferente de outros
sentimentos, não pode ser compartilhado com outras pessoas. O remorso é
unicamente seu e cabe somente a si próprio conviver com ele, pois o remorso é
fruto de um arrependimento que só você sente, de uma oportunidade que só você
perdeu. Não é justo que outros sofram ou vivam junto à você este remorso
causado por você mesmo, e mesmo que tentem, é impossível que alguém tome sua
dor pra si, com a mesma intensidade que a dor realmente dói. A dor é única e
dói não só por doer, e sim porque suas lembranças, que te martirizam de maneira
a aumentar ainda mais este remorso. E talvez esta seja a pior parte deste
sentimento, onde no ápice de sua dor, você não pode compartilhá-la com ninguém,
é por sua obrigação usufruí-la unicamente só, até que em algum momento de sua
vida você a tire do seu coração, de sua lembrança, (ainda que, achemos isto
impossível) e consiga viver em paz. E se um dia conseguir esta dádiva, de
apagar de sua lembrança a dor que te traz remorso, mostre-nos a fórmula e ajude
a todos os que sofrem por sentir este doloroso sentimento.
Remorso
Às vezes, uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando.
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!
Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse.
Às vezes, uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando.
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!
Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse.
Grupo: Bianca Aparecida,
Juliany Santos, Karina Nascimento , Letícia Velasco e Mariana Souza.
Fonte: http://www.itaucultural.com.br, http://www.graudez.com.br, http://www.portalsaofrancisco.com.br, http://www.mundoeducacao.com.br.
Parnasianismo e Simbolismo
Parnasianismo:
O parnasianismo surgiu na França em oposição às escolas literárias
Realismo e Naturalismo, opondo-se à prosa, já que foi um movimento
essencialmente poético. O nome vem do termo grego “Parnassus”, o qual
indica o lugar mitológico onde as musas moravam.
Foi um movimento essencialmente poético que reagiu contra os abusos
sentimentais dos românticos. Alguns críticos chegam a considerá-lo uma espécie
de Realismo na poesia. Teve como principais características: a
preferência pelas formas poéticas, o purismo vocabular e linguístico, o
destaque ao erotismo e à sensualidade feminina, as referências à mitologia
greco-latina, o esteticismo e a visão da obra como resultado do trabalho. Grandes
acontecimentos históricos marcaram a geração do parnasianismo brasileiro. A
abolição da escravatura (1888) coincide com a estreia literária de Olavo Bilac.
No ano seguinte houve a queda do regime imperial com a Proclamação da República. A
transição do século XIX para o século XX representou para o Brasil: um
período de consolidação das novas instituições republicanas; fim do regime
militar e desenvolvimento dos governos civis; restauração das finanças; impulso
ao progresso material. Depois das agitações do início da República,
o Brasil atravessou um período de paz política e de prosperidade
econômica. Um ano após a proclamação da República, instalou-se a primeira
Constituição e, em fins de 1891, Marechal Deodoro dissolve o Congresso e renuncia
ao poder, sendo substituído pelo "Marechal de Ferro", Floriano
Peixoto. Teve como principais autores João Penha (1838 –
1919), António Feijó (1859 – 1917), Cesário Verde (1855
– 1886) e Gonçalves Crespo (1846 – 1883).
Olavo Bilac (1865-1918) foi um poeta e jornalista brasileiro. Escreveu a letra do hino à Bandeira brasileira. É membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Foi um dos principais representantes do Movimento Parnasiano que valorizou o cuidado formal do poema, em busca de palavras raras, rimas ricas e rigidez das regras da composição poética.
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918) nasceu no Rio de janeiro, no dia 16 de dezembro. Era filho do cirurgião militar, Brás Martins dos Guimarães e de Delfina Belmira Gomes de Paula. Estudou Medicina e Direito, sem concluir nenhum dos cursos. Dedicou-se ao jornalismo e à poesia. Foi noivo de Amélia de Oliveira, irmã de seu amigo Alberto de Oliveira, que foi impedida de casar por outro irmão que não aceitava a vida de poeta boêmio que Bilac levava.
Colaborou em vários jornais e revistas como Gazeta de Notícias e Diário de Notícias. Foi inspetor de instrução de escola pública e membro do Conselho Superior do Departamento Federal. Exerceu constante atividade nacionalista, realizando pregações cívicas em todo país sobre a obrigatoriedade do serviço militar.
Pertenceu à Escola Parnasiana Brasileira, sendo um dos seus principais poetas. Sua primeira obra foi "Poesias", publicada em 1888. Nela o poeta já estava identificado com as propostas do Parnasianismo. Sua poesia apresentava várias temáticas. Na linha tipicamente parnasiana, escreveu sobre temas greco-romanos. Fez várias descrições da natureza, indicando uma herança romântica. Grande parte dos seus poemas são sonetos. Contudo, ao contrário de outros poetas parnasianos, sua poesia apresenta uma postura mais intimista e subjetiva.
Olavo Bilac, morreu no Rio de Janeiro, no dia 28 de dezembro de 1918.
Algumas obras do Príncipe dos Poetas (como foi apelidado):
Sagres (1889)
Tarde (seu último livro – publicado postumamente em 1919)
Crônicas e Novelas (1894)
Critica e Fantasia (1904)
Ironia e Piedade (1916)
Conferências Literárias (1906)
Últimas conferências e discursos (1924)
AO CORAÇÃO QUE SOFRE
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.
Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.
E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;
E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.
Simbolismo:
O simbolismo foi um movimento essencialmente
poético do fim do século XIX, que representa uma ruptura artística radical com
a mentalidade cultural do Realismo-Naturalismo, buscando fundamentalmente
retomar o primado das dimensões não racionais da existência.
O simbolismo em Portugal teve início em 1890 com a
publicação de “Oaristos” de Eugênio de Castro. Com isso inicia-se oficialmente
o simbolismo português, que durou até 1915. Nessa época houve o surgimento da
geração Orpheu que desencadeou a revolução modernista no país. Esse movimento
teve como principais características a: musicalidade, subjetivismo, transcendentalismo. E teve como principais autores: Antônio
Nobre (1867 – 1900), Eugênio
de Castro (1869 – 1944) e Camilo
Pessanha (1867 – 1926).
O período que vai de 1890 a 1915 é marcado por
inúmeras tendências literárias e filosóficas, representando, no geral, a
superação das teses centrais divulgadas pela geração de 70. Já o
simbolismo no Brasil teve início em 1893, com a publicação de “Missal” e
“Broquéis”, de Cruz e Sousa. O simbolismo brasileiro, segundo alguns autores,
não conseguiu substituir os cânones da literatura oficial, predominantemente
realista e parnasiana. Teve seu fim com a Semana de Arte Moderna em 1920, que
foi o marco do início do Modernismo. No Brasil, esse início se deu com a
publicação, no mesmo ano (1893), dos livros Missal e Broqueis, de autoria de
Cruz e Sousa, nosso melhor poeta simbolista. Nos dois países (Portugal /
Brasil), considera-se geralmente que o início dos respectivos movimentos
modernistas representou o surgimento de novas alternativas literárias: 1915, em
Portugal e 1922, no Brasil. A crítica literária brasileira por vezes opta pela
escolha do ano de 1902 para demarcar o fim da era parnasiano-simbolista, porque
foi então que se deu a publicação do livro Os sertões, de Euclides da Cunha,
representativo de uma nova preocupação social que, ausente nos estilos
anteriores, passaria a dominar a literatura nacional. E teve como
principais autores Cruz e Sousa (1861 – 1898) e Alphonsus
Guimarães (1870 – 1921).
Alphonsus Henriques da Costa Guimaraens nasceu em 24
de julho de 1870, em Ouro Preto, Minas Gerais.
Cursa a Escola de Minas de Ouro Preto quando perde sua noiva Constança,
em 28 de dezembro de 1888, filha do romancista Bernardo Guimarães, o escritor
de Escrava Isaura.
Pouco tempo depois, transfere-se para São Paulo, onde cursa a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, na qual se forma em 1894. Logo após formar, o autor exerce sua profissão no cargo de promotor em Minas Gerais. Durante esse período já havia colaborado para os jornais Diário Mercantil, Comércio de São Paulo, Correio Paulistano, O Estado de S. Paulo e A Gazeta.
Casa-se com Zenaide de Oliveira em 1897 e em 1906 passa a ser juiz da
cidade de Mariana, ainda em Minas, lugar de onde não saiu mais e criou 14
filhos. Alphonsus Guimaraens é considerado o autor místico do Simbolismo,
pela evidência de um triângulo em sua obra: misticismo, amor e morte.
Seu primeiro livro publicado em 1899 é em forma de poemas, chamado Dona
Mística. Neste mesmo ano, também foi a publicação de Setenário das dores de
Nossa Senhora e Câmara ardente. Um tempo depois, em 1902, escreve e publica
Kyriale sob o pseudônimo consagrado de Alphonsus Guimaraens. A vida do
autor norteia sua obra através dos marcos da morte da noiva e da devoção à
Maria, envoltos em um clima de misticismo exacerbado, no qual a morte é vista
como o meio de aproximação do amor (Constança) e de Maria (figura religiosa).
Um de seus poemas mais famosos é Ismália.
O autor morreu em 15 de julho do ano de 1921, conhecido como “O
solitário de Mariana”, por ter vivido isolado dos acontecimentos.
SETE DAMAS
E todas sete me beijaram.
E quer eu queira quer não queira.
Elas vêm cada sexta-feira.
Sei que plantaram sete ciprestes.
Nas remotas solidões agrestes.
Deixaram-me como um mendigo…
Se elas vão acabar comigo!
Todas, rezando os Sete Salmos.
No chão cavaram sete palmos.
Feito por: Layla Galvão, Leylane Galvão, Ludmilla Souza e Pâmela Cristina.
Simbolismo ( Cruz e Souza)
Sobre o Simbolismo:
Simbolismo é uma
tendência literária da poesia e das outras artes que surgiu na França, no final
do século XIX, como oposição ao Realismo, ao Naturalismo e ao Positivismo
da época.
Quando surgiu e quando findou ? : em 1890, o país iniciou forte vivência
literária no Simbolismo que iniciou com a publicação do livro de poemas
“Oaristos” (diálogo amoroso), de Eugênio Castro.
Conteúdo histórico : Portugal passou por crise econômica entre os anos
de 1890 e 1891, descrédito em sua monarquia e assim como ocorrera com o Simbolismo
brasileiro, a literatura simbolista portuguesa foi influenciada pela França,
berço do Simbolismo. Nesta época surge o grupo “Os Vencidos da Vida”, formado
por Eça de Queirós, Guerra Junqueira e outros escritores que tinham uma visão
depressiva e melancólica da realidade. Características do simbolismo.
Simbolismo no Brasil:
A partir de 1881, na França, poetas, pintores, dramaturgos e escritores
em geral, influenciados pelo misticismo advindo do grande intercâmbio com as
artes, pensamento e religiões orientais - procuram refletir em suas produções a
atmosfera presente nas viagens a que se dedicavam.
Marcadamente individualista e místico, foi, com desdém, apelidado de
"decadentismo" - clara alusão à decadência dos valores estéticos então vigentes e a certa
afetação que neles deixava a sua marca. Em 1886 um manifesto trouxe a denominação
que viria marcar definitivamente os adeptos desta corrente: simbolismo. As características do Simbolismo no
Brasil, são as mesmas de Portugal.
Características do Simbolismo;
principais autores e suas obras:
· Subjetivismo.
· Musicalidade.
· Transcendentalismo.
· Caráter individualista.
· Arte baseada na intuição e não na lógica ou razão.
· Ênfase em temas
místicos, imaginários e subjetivos.
· Retorno
à segunda fase romântica que ficou conhecida como mal do século.
No entanto, o
Simbolismo foi mais profundo no universo metafísico do que a geração marcada
por Álvares de Azevedo.
Principais autores e suas obras:
- Eugênio de Castro é um autor português e foi o responsável por
inaugurar o Simbolismo português. As obras de Eugênio de Castro possuem versos
livres, vocabulário erudito, pessimismo e ambiguidade nos temas
trabalhados.
Obras: Oaristo (1890), Horas (1891), Silva e Interlúdio (1894).
- Alphonsus de Guimaraens: Nasceu
em Ouro Preto (Minas Gerais) e foi um dos grandes representantes do Simbolismo
nacional. Sua poesia é voltada para o tema da morte da mulher amada. Ao
explorar esse tema ele se aproxima dos escritores ultra-românticos que exploravam a literatura gótica e macabra. Sua obra
possui uma atmosfera mística e melancólica.
Obras: Câmara Ardente; Dona Mística; Kiriale; Pastoral aos crentes do
amor e da morte; Escada de
Jacó; Pulvis; Nova Primavera .
Sobre
o autor (Cruz e Souza); Dados bibliográficos:
Filho dos negros alforriados Guilherme
da Cruz e Carolina Eva da Conceição. Desde pequeno recebeu a tutela e uma
educação refinada de seu ex-senhor, o Marechal Guilherme Xavier de Sousa - de quem adotou o nome. A família não tinha filhos,
então sua esposa passou a cuidar da educação de João, ele
aprendeu francês, latim e grego.
Dirigiu o jornal Tribuna
Popular, onde combateu a escravidão e o preconceito
racial. Em 1883, foi recusado como
promotor de Laguna, por ser negro. Em 1885 lançou seu primeiro
livro, “Tropos e Fantasias” junto com Virgílio
Várzea. Cinco anos depois foi para o Rio
de Janeiro, onde trabalhou como arquivista na Estrada
de Ferro Central do Brasil, colaborando também com o jornal Folha Popular. Em fevereiro de 1893, publica “Missal” (prosa poética) e
em agosto, “Broquéis” (poesia), dando início ao Simbolismo no Brasil que se estende até 1922. Casou-se com Gavita
Gonçalves, também negra, com quem teve quatro filhos, todos mortos
prematuramente por tuberculose,
levando-a à loucura.
Foi acusado de ter omitido quanto as questões referentes à condição
negra. Mesmo tendo sido filho de escravos e recebido a alcunha de "Cisne
Negro", o poeta João da Cruz e Sousa não conseguiu escapar das acusações
de indiferença pela causa abolicionista. Mas essa acusação não procede, porque
o autor retratou metaforicamente a condição do escravo, e militou sim contra
escravidão, tanto de forma corriqueira, fundando jornais e fazendo palestras,
participando também da campanha anti escravagista promovida pela sociedade e
demonstrando desgosto com a condução do movimento pela família imperial.
Cárcere das Almas
(Cruz e Souza)
Ah! Toda a alma num
cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!
Características evidentes do
simbolismo no poema; Exploração do tema; Análise crítica:
- O Autor revela uma realidade
subjetiva ligada ao espiritual (alma).
- Nega o materialismo, recorre uma maneira de pensa voltada pra o
místico.
-Emprego de letras maiúsculas em situações incomuns; Ex: “Espaço da
Pureza”, “Dor”, “Céu”, “Mistério”.
-Emprego de plural em substantivos abstratos; Ex: Imensidades,
imortalidades, silêncios.
O texto tem o caráter, de espiritualidade e do mundo interior. O cárcere
ao que o texto se refere não significa uma prisão, mais sim o corpo físico, que
prende a alma no mundo material e impede de ser libertar e atingir sua
plenitude. O poema apresenta-se como soneto, de uma maneira geral
apresenta o desejo da alma atingir a sua plenitude, ou seja, a sua
imortalidade. A última estrofe, podemos identificar uma busca por resposta, uma
busca do plano espiritual, a busca por Deus o ser supremo, a chave que liberta
a alma do corpo.
Características do
autor, principais obras:
Seus poemas são marcados pela musicalidade (uso constante de aliterações), pelo individualismo, pelo sensualismo,
às vezes pelo desespero e apaziguamento, além de uma obsessão pela cor branca.
Principais Obras: Broqueis (1893, poesia); Missal (1893,
poemas em prosa);
Tropos e Fantasias (1885,
poemas em prosa, junto a Virgílio
Várzea);
Últimos Sonetos (1905); Evocações (1898, poemas em prosa); Faróis (1900, poesia).
Grupo: Bethina, Carlos Alberto, Jeferson, João Marcelo, Lucas.
Assinar:
Postagens (Atom)